terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ligando Pontos. Conectando Infâncias


Através do Edital de Demandas Espontâneas 2011 da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, iniciamos uma nova ação em parceria com o Instituto Tribos Jovens / Ponto de Cultura “Saberes Fazeres e Memória do Povo Pataxó - Aldeia Velha” e Associação do Culto Afro Itabunense / Ponto de Cultura “Cultura em Ação”, localizados no estado da Bahia, nos Territórios de Identidade Extremo Sul e Litoral Sul, respectivamente.

A primeira etapa  começou em Salvador, com um encontro de formação para os técnicos  e monitores acerca da cultura da infância e do audiovisual, iniciando assim o intercâmbio entre a equipe que irá a campo realizar oficinas que ampliam o intercâmbio entre as crianças. Cada equipe, para cada localidade, é composta por um técnico sociocultural, e um técnico de audiovisual e dois monitores locais.

Ao tempo que ocorrem as oficinas, os monitores se preparam para realizar as próximas ações. À medida que o intercâmbio acontece, as equipes dos pontos de cultura se potencializam para desenvolver futuras ações semelhantes, além de registrar e divulgar seus trabalhos e realizar produtos audiovisuais. Costura-se assim um entrelace que expande a rede de olhares e vozes de diversas culturas da infância.

O projeto retoma, uma tecnologia de intervenção elaborada e desenvolvida pela equipe proponente, à execução de um projeto piloto de conexão infantil, no ano de 2009, que promoveu o intercâmbio entre crianças do povoado de Tapipa, município de Barloviento, na Venezuela e crianças brasileiras da comunidade do Unhão, localizada em Salvador.

A perspectiva é que com a continuidade do projeto outras localidades dentro e fora do Brasil possam ser incluídas, consolidando esta rede de intercâmbio como um espaço de referência para a pesquisa, produção e divulgação de conteúdos relacionados à cultura da infância. 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Infância, Cultura e Comunicação: Telefone de Lata


A infância enquanto etapa do desenvolvimento humano apresenta uma série de especificidades relativas à construção simbólica e conseqüente maturação e inserção cultural dos sujeitos. Entre as atividades estruturantes que marcam a infância, o brincar destaca-se como um dos principais mediadores da relação da criança com o mundo, permitindo que a mesma conheça, aprenda e experimente diversos arranjos e papéis sociais, além de permitir que habilidades físicas e cognitivas se desenvolvam.

A criação de um programa de atividades lúdico-pedagógicas que tenha por objetivo favorecer um intercâmbio entre culturas da infância, atua em duplo sentido: o do conhecimento da própria cultura, e o do conhecimento de outros contextos socioculturais, que podem ser compreendidos pela criança através do reconhecimento de similaridades e diferenças entre eles. Ao proporcionar às crianças participantes do projeto um canal com ferramentas adequadas à sua idade e habilidade, tal aproximação permitirá, a partir de um marco de compreensão, respeito e enriquecimento mútuo, o acesso ao conhecimento produzido em meios sociais marcados pela diversidade e interdependência sociocultural.

Ao apresentar para grupos sociais de outras culturas os repertórios de brincadeiras pesquisadas na própria localidade, estimula-se a curiosidade, a compreensão e o respeito pela cultura de referência, bem como pela cultura da localidade que se pretende conhecer. Esse exercício, além de promover o contato com a diferença, facilita a percepção, por parte das crianças, dos elementos culturais que compõem suas próprias formas sociais, oportuniza o desenvolvimento de laços de afetividade e interesse entre os distintos grupos envolvidos e coloca em pauta a diversidade de “infâncias”, fruto da multiplicidade cultural, revelada em saberes e fazeres diversos. O tema  da cultura da infância e o registro do brincar tornam-se elementos unificadores das vivências destes grupos que são ao mesmo tempo tão similares e distintas.